quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O Lobo

Direto do sótão de Merlin
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O Lobo
Muito tempo atrás, havia uma garotinha, ela morava na cidade com seus pais, mas gostava muito de visitar a avó que vivia no meio da floresta, um dia ela decidiu que faria uma visita a sua avó e levaria doces para comerem juntas.
Essa garotinha era conhecida como Chapéuzinho vermelho pois sempre usava um capuz vermelho, quando entrou na floresta chapéuzinho ouviu um som ao longe, um som que parecia o de madeira quebrando. Porém convencendo-se de que não era nada, seguiu em frente.
Andar pela floresta sempre lhe dava uma sensação incômoda de estar sendo observada, e naquela vez não foi diferente, chapéuzinho quase podia ver os olhos a observando dos cantos escuros, e não por acaso, ficou muito feliz em avistar a casa de sua avó ao longe.
Mas sua felicidade durou pouco, pois quando se aproximou da casa, percebeu que a porta estava destruída, quebrada para dentro como se algo houvesse forçado passagem por lá.
- Vovó! - Gritou Chapéuzinho e se pôs a correr.
Ela entrou na casa, estava escuro pois as persianas tinham sido abaixadas, mas Chapéuzinho não teve tempo de perceber isso, assim que entrou foi atingida por um cheiro terrível, porém não foi o cheiro que ficou gravado na mente dela, e sim a imagem que viu.
Sua avó estava caída com uma expressão de terror no rosto, sua cabeça estava virada em um ângulo grotesco e havia um ferimento terrível no peito que parecia ter sido feito por presas imensas.
Mas teve pouco tempo para ficar triste, pois foi englobada por uma sensação terrível de perigo, cada célula do seu corpo parecia dizer para cair fora de lá. E foi isso que ela fez.
Imediatamente percebeu o que havia causado aquilo, pois começou a ouvir o Lobo atrás dela, e apesar de correr com tudo o que tinha, sentia ele ficando cada vez mais perto, quase podia sentir o bafo do Lobo as suas costa quando avistou um riacho, se jogou dentro dele sem pensar, e foi bem a tempo, pois o Lobo já se preparava para saltar sobre sua presa.
Saindo do riacho, começou a se desesperar, pois sabia que aquilo não iria ajudá-la por muito tempo. Porém miraculosamente havia uma cabana rústica lá perto, e um milagre ainda maior, saía fumaça da chaminé, o que indicava pessoas lá dentro.
Chapéuzinho não perdeu tempo, e mais rápido do que se julgaria ser possível ela estava na frente da cabana esmurrando a porta.
- Deixe-me entrar, por favor deixe-me entrar!
Inesperadamente a porta se abriu e ela foi puxada para dentro, ergueu os olhos e percebeu que o seu salvador era um homem grande e parrudo que devia ser um lenhador dada a aparência de seus braços.
- O que foi que aconteceu menina?
- U-um Lobo - ela conseguiu dizer - ele me perseguiu, ele matou... Ele matou minha vó.
E finalmente percebendo isso Chapéuzinho começou a chorar copiosamente, e só parou quando foram ouvidos fortes golpes na porta.
- É o lobo - disse Chapéuzinho com a voz tremida.
As pancadas pararam e pegando seu machado o Lenhador sentenciou:
- Vou atrás dele - e abriu a porta.
- Não vá - Chapéuzinho suplicava - ele vai te matar também!
- Não se preocupe - ele falou, e ela não pôde fazer nada exceto olhar enquanto ele ia de encontro ao Lobo.
Este apareceu logo e pela primeira vez Chapéuzinho conseguiu vê-lo por inteiro, sua aparência era diferente de qualquer coisa que ela já tivesse visto, parecia algo vindo das profundezas do inferno, tinha o tamanho de um homem, seus pêlos estavam eriçados e sujos de lama, seu lombo estava coberto de pequenos ferimentos como se ele já houvesse lutado em inúmeras batalhas, nos seus olhos percebia-se algo mais assustador que a loucura, via-se ao invés disso um olhar arguto, mas parecendo contrariar essa impressão estava a sua língua que pendia para fora da boca e se movia conforme o monstro respirava, os dois adversários se observaram longamente antes de atacarem.
O Lenhador, desviando de uma patada mortal do Lobo, conseguiu desferir um golpe no meio de seu peito, e por um breve momento Chapéuzinho acreditou que ele ganharia.
Contudo, antes que o Lenhador pudesse puxar o machado para dar outro golpe, o Lobo ergueu a pata e acertou-lhe um golpe no peito, desequilibrando-o. O Lobo aproveitou o momento para morder a cabeça do homem e num movimento rápido quebrar seu pescoço.
O Lobo jogou o corpo do homem para o lado e virando-se correu na direção de Chapéuzinho, que estava ainda paralisada pela morte do amigo, ela se recuperou da paralisia, mas tarde demais pois o Lobo já estava em cima dela, e se preparava para tirar sua vida, quando Chapéuzinho percebeu que o machado ainda estava enterrado na carne dele. Ela agiu completamente por instinto ao arrancar o machado do peito do Lobo cortando-o no processo.
Ele soltou um urro temível de dor, mas chapéuzinho não o ouviu, pois soltando seu próprio urro começou a desferir golpe após golpe no Lobo, até que ele caiu morto ao seu lado.
Os pais de Chapéuzinho ficaram preocupados quando ela voltou para casa coberta de sangue e ainda segurando o machado.
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Se vocês estão se perguntando, esse é um conto que eu escrevi.
E quero fazer desse o começo de uma longa série de contos. Para isso conto com a colaboração de vocês, enviem suas histórias para serem publicadas aqui.
E se seu forte não for escrever, sem problema! Mande um desenho, pintura, escultura ou o que quer que você saiba fazer.
Então deixo vocês com esse apelo pois quero fazer desse blog um lugar onde se pode publicar trabalhos artísticos com menos burocracia.

Um comentário:

Teresio San-Fer II disse...

existem muitas versões deste conto. interessante sua versão, merlin. parabens. aguardo outros contos.